Conheça a artista e leia sobre sua interessante trajetória…
Vanice Ayres Leite
Nascida em Belo Horizonte, MG, em 11 de outubro de 1947, trabalhou inicialmente como professora primária, ensinando as crianças a ler.
Começou a dedicar-se totalmente à pintura em 1983 participando de muitos salões e coletivas por todo o Brasil. Em 1989 no Salão Bicentenário da Inconfidência, em Minas Gerais, ganhou o Prêmio Desenho e em 1992 teve sua primeira exposição no exterior, na Atrium Gallery , em Londres, Inglaterra.
O movimento da figura humana é o grande tema de Vanice ao abordá-lo, na dança e principalmente nas colheitas.
Seus bares e bailes com alegria contagiante, trabalhadores rurais integrados ao meio ambiente, os usos e costumes bem-humorados traçam um perfil do povo mineiro e brasileiro em cores predominantemente quentes e com expressões de rostos que mostram, acima de tudo, alegria de viver.
Utiliza a técnica peculiar do nanquim colorido sobre papel. A sua obsessão do preenchimento do vazio provoca composições minuciosas, repletas de detalhes sendo que as áreas coloridas são ainda enriquecidas por milhares de traços finos de nanquim, acrescentando assim efeitos de grande luminosidade.
Uma artista valiosa que está ganhando destaque e conquistando seu espaço no seleto grupo dos bons pintores naifs brasileiros.
CONHEÇA UM POUCO SOBRE A ARTE NAÏF
É a arte da espontaniedade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva e onde o artista expande seu universo particular. Claro que, como numa arte mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto.
Art naïf (arte ingênua) é o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nem nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular.
Esse isolamento situa o art naïf numa faixa próxima à da arte infantil, da arte do doente mental e da arte primitiva, sem que, no entanto, se confunda com elas.
Assim, o artista naïf é marcadamente individualista em suas manifestações mais puras, muito embora, mesmo nesses casos, seja quase sempre possível descobrir-lhes a fonte de inspiração na iconografia popular das ilustrações dos velhos livros, das folhinhas suburbanas ou das imagens de santos. Não se trata, portanto, de uma criação totalmente subjetiva, sem nenhuma referência cultural.
O artista naïf não se preocupa em preservar as proporções naturais nem os dados anatômicos corretos das figuras que representa.
Características gerais:
· Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa
· Não existe perspectiva geométrica linear.
· Pinceladas contidas com muitas cores.
Principal Artista:
Henri Rousseau (1844-1910), homem de pouca instrução geral e quase nenhuma formação em pintura. Em sua primeira exposição foi acusado pela crítica de ignorar regras elementares de desenho, composição e perspectiva, e de empregar as cores de modo arbitrário. Estreou com uma original obra-prima, “Um dia de carnaval”, no Salão dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva que lembram tramas de sonho e parecem motivadas pelos sentimentos mais puros. Nos primeiros anos do século XX, após despertar a admiração de Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, Robert Delaunay e outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e posteriormente influenciou o surrealismo.